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'Terra': documentário mostra a importância de salvar um mundo que nós mesmos destruímos


Narrado na bela língua francesa, o documentário Terra (2015), de Yann Arthus-Bertrand e Michael Pitiot, nos apresenta diversos dos problemas ambientais que enfrentamos hoje, por consequência de atos que nós mesmos tomamos ao longo de nossa história.

A narrativa, de aproximadamente uma hora e quarenta minutos, é feita por Vanessa Paradis, mas, no entanto, a voz que nos fala representa toda a espécie humana. Isso obriga a nos incluirmos nesse contexto tanto como culpados, quanto como vítimas, consequências de sermos parte da sociedade que nós mesmos construímos. 

O documentário traz a nossa história e nossa realidade. Substituímos a vida selvagem pela vida que nos alimenta e que nos serve, acreditamos que temos direito sobre a vida e sobre a morte e, no fundo, achamos que a vida é um recurso inesgotável. Derrubamos florestas, destruímos montanhas, mudamos os cursos dos rios, e, assim, fizemos um terço da superfície mundial ser coberta de agricultura. Agricultura essa que não alimenta, visto que, no mundo, 1 em cada 9 pessoas passam fome. E a população mundial continua crescendo. São aproximadamente 240 mil humanos a mais a cada dia, a economia busca o crescimento perpétuo. 

Um dos casos usados para exemplificar essa crítica é o caso da reserva natural do delta de Okavango, que tem as águas de seu rio disputadas por Namíbia e Angola, países que precisam desta água para projetos de cultivo de arroz. Caso este projeto se concretize, o rio pode secar, o que possivelmente causaria a extinção dos elefantes, que só existem nessa reserva. Entretanto, com a não concretização destes projetos, muitas pessoas não terão o que comer. A extinção dos elefantes se somaria ao número de animais selvagens extintos por ação humana, que, em 40 anos, representa uma perda de metade de todas as espécies que conhecíamos. Além disso, a estimativa é que, até o ano de 2050, 60 mil espécies de plantas não existirão mais.

Desse modo, o documentário vai percorrendo os maiores problemas ambientais que nos preocupam atualmente, apontando e cutucando as falhas de nossa sociedade. Nos convida a abrirmos os olhos para o que nós mesmos temos feito. A produção desse documentário é uma luta contra tudo isso. E acredito que assisti-lo e divulgá-lo, assim como faço agora, é uma forma de contribuirmos para essa luta. Assim, cabe bem terminar essa resenha com uma frase proferida durante o documentário: "Eu luto contra o que eu mesmo criei. De uma mão eu salvo, da outra eu massacro."

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